quarta-feira, 30 de junho de 2010

Entrevista com o Professor Doutor Alípio de Sousa - estudioso da obra de Maffesoli



Biografia

Alípio de Sousa Filho ingressou na faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 1981, formando-se em 1984. Em 1985, ingressou no Mestrado em Ciências Sociais da UFRN, concluindo-o em 1990 com a dissertação Ideologia, cultura e sociedade: uma discussão em torno de conceitos.


Entre 1986 e 1992, foi docente da Universidade Federal do Piauí ; desde 1992 é professor de cursos de graduação e pós-graduação da UFRN onde se dedica especialmente ao ensino sistemático da obra de Michel Foucault e da sociologia filosófica de Michel Maffesoli.

Em 1996, inicia seu doutorado na Universidade de Paris V René Descartes sob a direção do sociólogo francês Michel Maffesoli , defendendo em 2000 a tese Les métissages brésiliens: imaginaire, quotidien et pratiques de mélanges dans la société brésilienne.

Retornando ao Brasil em 2000, continua sua atividade de docente e pesquisador na UFRN, contribuindo para os estudos sobre ideologoia a partir de uma perspectiva sócio-antropológica.


A partir de 2004, nomeia o seu projeto intelectual de construcionismo crítico e continua a elaboração de uma teoria, cujo objeto mais central é a crítica do discurso ideológico em suas diversas formas, como explica em seu artigo "Por uma teoria construcionista crítica".

É idealizador, criador e editor da Revista Bagoas - Estudos Gays, publicação do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFRN, criada em 2007, sendo a primeira revista acadêmica de estudos gays da América Latina e dos países de língua portuguesa.


Recentemente, tornou-se Secretário Geral da Associação Brasileira de Estudos de Homocultura – ABEH.



Entrevista com o Professor Doutor Alípio Souza Filho.

Professor de Sociologia da UFRN, a sua tese de doutorado foi orientado pelo Sociólogo Francês Michel Maffesoli.


1. O que Maffesoli quer dizer com ética e estética?

- a primeira se refere à questão da escolha e a segunda diz respeito às sensações, ou seja, não necessariamente a beleza física, mas a maneira de se sentir.

2. O senhor poderia simplificar a questão da modernidade e pós-modernidade na visão de Maffesoli?

- a modernidade pregava o sacrificar-se hoje, para ter um retorno no futuro, enquanto que a pós-modernidade prega justamente o contrário, que é o presenteísmo, o aqui e o agora, o carpe diem. Os atos estão liberados, há um rompimento com o que antes era comumente aceito.

3. Para Maffesoli essa transição é benéfica?

- Sim, claro. Existe um momento de transição, e essa ruptura faz com que civilizações se encerrem para dar lugar há uma nova cultura, ou seja, decadência pra os mais conservadores, mas promessas de belos frutos para outros. È o que o sociólogo francês fala de Harmonia Conflitual. Um equilíbrio da sociedade. A destruição é ao mesmo tempo construção.

]4. O que o senhor diria sobre o policulturalismo do penúltimo capítulo do livro Tribos Urbanas?
O policulturalismo ocupa cada vez mais espaço nas megalópoles. Maffesoli fala da efervescência, do está vivo, da vitalidade, tudo isso com objetivo de assegurar a sobrevivência da sua espécie. E o avanço tecnológico permitiu a quebra de barreiras delimitadas: espaço e tempo.

5. Professor, no último capítulo ele vai falar sobre o Terceiro, o que seria, ou a que sociólogo se refere?

- na verdade são pontos de fuga que o individuo precisa para se manter vivo, é como num casamento, deve existir um Terceiro, que pode ser o futebol, a cervejinha nos finais de semana, os filhos, qualquer coisa que não seja somente ele e a esposa (risos).









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