quarta-feira, 30 de junho de 2010

A COR DE UMA TRIBO




 Sempre ,de tempos e tempos, se elege a tribo urbana do momento. Aquela que tem seu estilo copiado ao extâse por todo mundo . Foi assim com o punk na década de 70 , o heavy metal na década de 80, o movimento grunge no início da década de 90, e os clubers no ínicio dos anos 2000. Agora ao fim da 1° década do 3° milênio, mais uma tribo da "moda " invade as ruas . São os coloridos que ,como o próprio nome já diz ,ousam nas cores e no estilo de suas roupas. Eles não são nada DISCRETOS e quando chegam em uma festa o que eles querem mesmo é ser o centro das atenções. Mas não se enganem os integrantes dessa tribo tem no seu modo de agir um contraste com as chamativas cores de suas roupas. no dia - a- dia eles adotam uma postura amena,  de respeito ao próximo. E em seus encontros exaltam a alegria  e a  diversão como saída para os estresses da vida moderna. Sofrem bastante preconceito de outros grupos que associam a postura da tribo ,de amor ao próximo e respeito a diferenças, a grupos homossexuais. Mas OS COLORIDOS , em sua maioria jovens de 11 aos 16 anos parecem não ligar para a discriminação .A prova disso é o surgimento de vários grupos musicais que encampam o pensamento colorido e feliz da tribo em suas letras é o caso da banda RESTART ( foto) , sucesso entre os adolescentes , o restart toca um novo estilo do rock, feito, ,inicialmente, para pessoas  dessa tribo é o chamado "happy rock" que tem letras alegres , amenas e com uma forte sonoridade característica da música POP americana.




Tribos urbanas- links na net sobre o tema

Aqui você vai poder acessar alguns artigos sobre as tribos urbanas.




http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/168.pdf


http://www.pucpcaldas.br/revista/doxo/Volume1/SandraReis.pdf


http://www.fag.edu.br/adverbio/v5/artigos/punks___tribos_urbanas.pdf


http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0610442_08_cap_02.pdf

cheios de estilo


A forma de se vestir , o jeito de andar e de falar , tudo poder ser instrumento de definição de uma tribo. O grande problema é quando limitamos a especificação de uma pessoa em uma tribo só pelo estilo que ela assume.

se usa preto ,logo taxamos como roqueiros . Se usa franja é emo , se usa um corte de cabelo moicano é punk. porém, pertencer a uma tribo, seja ela qualquer for, é muito mais que assumir um estilo diferenciado, é também assumir uma filosofia de pensamento que transcende os aspectos físicos.

Segundo Maffesoli as tribos são constituídas de microgrupos que têm como objetivo principal estabelecer redes de amigos com bases em interesses comuns.

para o sociólogo francês , essas agremiações apresentam conformidade de pensamento, hábitos e maneiras de se vestir.

fazendo uma análise sucinta do trabalho de Maffesoli percebemos que é o sentimento de identidade (o sentimento de pertencer aquela ideologia) que vai delimitar o quanto o indivíduo está presente em uma tribo.

Entrevista com o Professor Doutor Alípio de Sousa - estudioso da obra de Maffesoli



Biografia

Alípio de Sousa Filho ingressou na faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 1981, formando-se em 1984. Em 1985, ingressou no Mestrado em Ciências Sociais da UFRN, concluindo-o em 1990 com a dissertação Ideologia, cultura e sociedade: uma discussão em torno de conceitos.


Entre 1986 e 1992, foi docente da Universidade Federal do Piauí ; desde 1992 é professor de cursos de graduação e pós-graduação da UFRN onde se dedica especialmente ao ensino sistemático da obra de Michel Foucault e da sociologia filosófica de Michel Maffesoli.

Em 1996, inicia seu doutorado na Universidade de Paris V René Descartes sob a direção do sociólogo francês Michel Maffesoli , defendendo em 2000 a tese Les métissages brésiliens: imaginaire, quotidien et pratiques de mélanges dans la société brésilienne.

Retornando ao Brasil em 2000, continua sua atividade de docente e pesquisador na UFRN, contribuindo para os estudos sobre ideologoia a partir de uma perspectiva sócio-antropológica.


A partir de 2004, nomeia o seu projeto intelectual de construcionismo crítico e continua a elaboração de uma teoria, cujo objeto mais central é a crítica do discurso ideológico em suas diversas formas, como explica em seu artigo "Por uma teoria construcionista crítica".

É idealizador, criador e editor da Revista Bagoas - Estudos Gays, publicação do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFRN, criada em 2007, sendo a primeira revista acadêmica de estudos gays da América Latina e dos países de língua portuguesa.


Recentemente, tornou-se Secretário Geral da Associação Brasileira de Estudos de Homocultura – ABEH.



Entrevista com o Professor Doutor Alípio Souza Filho.

Professor de Sociologia da UFRN, a sua tese de doutorado foi orientado pelo Sociólogo Francês Michel Maffesoli.


1. O que Maffesoli quer dizer com ética e estética?

- a primeira se refere à questão da escolha e a segunda diz respeito às sensações, ou seja, não necessariamente a beleza física, mas a maneira de se sentir.

2. O senhor poderia simplificar a questão da modernidade e pós-modernidade na visão de Maffesoli?

- a modernidade pregava o sacrificar-se hoje, para ter um retorno no futuro, enquanto que a pós-modernidade prega justamente o contrário, que é o presenteísmo, o aqui e o agora, o carpe diem. Os atos estão liberados, há um rompimento com o que antes era comumente aceito.

3. Para Maffesoli essa transição é benéfica?

- Sim, claro. Existe um momento de transição, e essa ruptura faz com que civilizações se encerrem para dar lugar há uma nova cultura, ou seja, decadência pra os mais conservadores, mas promessas de belos frutos para outros. È o que o sociólogo francês fala de Harmonia Conflitual. Um equilíbrio da sociedade. A destruição é ao mesmo tempo construção.

]4. O que o senhor diria sobre o policulturalismo do penúltimo capítulo do livro Tribos Urbanas?
O policulturalismo ocupa cada vez mais espaço nas megalópoles. Maffesoli fala da efervescência, do está vivo, da vitalidade, tudo isso com objetivo de assegurar a sobrevivência da sua espécie. E o avanço tecnológico permitiu a quebra de barreiras delimitadas: espaço e tempo.

5. Professor, no último capítulo ele vai falar sobre o Terceiro, o que seria, ou a que sociólogo se refere?

- na verdade são pontos de fuga que o individuo precisa para se manter vivo, é como num casamento, deve existir um Terceiro, que pode ser o futebol, a cervejinha nos finais de semana, os filhos, qualquer coisa que não seja somente ele e a esposa (risos).









AS TRIBOS E A MÚSICA



AS TRIBOS E A MÚSICA

Há muito se sabe que as tribos urbanas tem uma história indissociável com o mundo da música e não podia ser diferente, já que os estilos musicais são usados como um poderoso fator de identificação por parte das tribos.O que seria do movimento hippie sem a voz grave e incrível de Janis Joplin ou os solos distorcidos de guitarra de Jimi Hendrix? todas as tribos elegem seus ícones,aqueles que servem de espelho para o resto dos seguidores daquela ideologia.Graças, talvez , a esse sentimento de pertencer a uma tribo que simples músicos são elevados ao status de semi-deuses que são idolatrados por legioes de seguidores que buscam música boa e de qualidade.

O blog NEOTRIBAIS traz ,em uma série de posts, a relação de várias tribos com a música ,e pra começar nada melhor do que falar de um das tribos que mais sofreram influências do mundo da música - o movimento punk


A MÚSICA PUNK

O Punk rock é um movimento musical e cultural que surgiu em meados da década de 70, que tem como principais características músicas simples (que geralmente não passam de três ou quatro acordes), rápidas e agressivas, com temas que abordam idéias anarquistas e revolucionárias, ou sobre problemas políticos e sociais como o desemprego, a Guerra , a violência, ou em outros casos, letras com menos conteúdo político e social, como relacionamentos, diversão, sexo, drogas e temas do cotidiano.[Image]sex pistolsUm marco para o mundo da música e para a definição do que é pertencer ao movimento punk é sem dúvida o surgimento na década de 70 do grupo inglês sex pistols, embora não tenham sido a primeira banda punk do reino unido, o "pistols" teve grande influência pois elevaram o movimento punk britânico ao status de símbolo do que é ser punk em todo mundo. a prova do poder do pistols está no número de artistas que se inspiraram e ainda se inspiram em seu som tão revolucionário.Mas é no ano de 1977, com a entrada de Sid Vicious na banda que surge o marco do trabalho dos "pistols". O single "god save the queen" é lançado no mesmo ano em que a rainha Elizabeth II completava seu jubileu de prata (25 anos de reinado), o hit tinha entre seus acordes distorcidos e envolventes versos como "não há futuro nos sonhos da Inglaterra" que tornaram-se simbolo do punk em todo mundo. A música que fazia duras criticas ao regime monarquista britânico foi proibida de tocar nas rádos do sistema BBC ,e na época chocou a puritana sociedade britânica que tinha na imagem de sua rainha uma figura de inabalável respeito.


assista aqui video de "god save the queen" para o sex pistols a figura da rainha era um sinônimo do atraso e da mediocridade da sociedade inglesa. Maffesoli fala em o tempo das tribos que a musica é uma das formas de protesto não tradicionais que as tribos usam para expressar suas ideologias. segundo o sociólogo francês as tribos não usam de expedientes tradicionais como greves e piquetes para expressar sua indignação. As tribos,como o movimento punk faz isso através das artes.[Image] Outra música do "pistols" que causou bastante polêmica e serve para exemplificar o pensamento de Maffesoli sobre as formas de protestos das tribos , é a canção "anarchy in the U.K" que tem uma sonoridade incrível e diz muito sobre o estilo punk e o jeito sex pistols de ser. Na canção a anarquia virá ao reino unido em algum momento. na música o vocalista Johnny Rotten se pronuncia como o anticristo, e a anarquia é a única saída para o Reino unido.

VIDEO DE "ANARCHY IN THE UK "


O sex pistols durou em sua primeira formação cerca de dois anos e meio, tempo mais que suficiente para abalar e revolucionar as estruturas do mundo da música."Nós inventamos o punk. Nós dizemos como as coisas são." Johnny Rotten - vocalista do sex pistols.


Emos - A nova onda
Uma das tribos urbanas mais em evidência nos últimos anos são os Emos. Roupas pretas e maquiagem nos olhos (elementos da cultura gótica), franjas grandes e All Star personalizados (elemento da cultura Indie), Hardcore e acessórios pontiagudos (elemento da cultura punk) são ingredientes fundamentais dessa turma. Adicione a isso doses cavalares de problemas de relacionamento familiar, amores mal resolvidos, inquietações pessoais, falta de maturidade para encarar as dificuldades da vida. Senhoras e senhores, eis o que chamam de movimento Emo. No Brasil, tal gênero surgiu por volta de 2003, com forte influência norte-americana. Bandas como Nxzero, Cpm 22, Fresno fazem a cabeça da galera, que ao se identificar com os problemas Conhecidos também pelo grande preconceito que sofrem, já que a maioria é taxada de homossexual, por andarem em grupos e denominarem a si próprios como super-sentimentais e chorarem escutando uma determinada música.

Principais características das tribos urbanas


* Fluidez (vaivém);
*Reuniões pontuais;
*Dispersão;
*“Sair de si”;
*Estar junto à toa;
*Troca;
*Aspecto efêmero;
*Ausência de uma organização
.


“As tribos podem até ter uma finalidade objetivo,
finalidade, mas não é isso o essencial.
O importante é a energia dispendida para a
construção do grupo como tal.” ( Michel Maffesoli).

terça-feira, 29 de junho de 2010

Conheça Maffesoli








NASCEU EM GRAISSESSAC, FRANÇA, NO ANO DE 1944;


SOCIÓLOGO, PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE SORBONNE;



TÉORICO DA SOCIOLOGIA DO COTIDIANO



DIRETOR DO CENTRO DE PESQUISA SOBRE O IMAGINÁRIO.